Encontros terão lugar no Sudão e serão mediados pela União africana. Um dos pontos que mais divide as partes em conflito é o da amnistia exigida pelos rebeldes e que sempre foi recusada pelo governo
Encontros terão lugar no Sudão e serão mediados pela União africana. Um dos pontos que mais divide as partes em conflito é o da amnistia exigida pelos rebeldes e que sempre foi recusada pelo governo a União africana (Ua) anunciou esta quinta-feira, 10 de janeiro, que as negociações para a paz na República Centro-africana (RCa) vão começar ainda este mês no Sudão. O início dos encontros entre o governo e os grupos armados está agendado para o dia 24, em Cartum, sob a égida da Ua. a mediação da União africana tinha sido lançada em julho do ano passado, com o apoio da ONU e dos principais parceiros da RCa, mas sempre foi muito criticada por diplomatas e observadores, pela falta de eficácia. Por isso, foi desencadeada uma mediação paralela pela Rússia, que chegou a reunir com milícias da ex-coligação Séléka e do grupo anti-Balaka. O Presidente da RCa, Faustin-archange Touadéra, esclareceu que o envolvimento dos russos nas negociações com os grupos armados só tinha o objetivo de facilitação e reiterou que a mediação para a paz no seu país competia à Ua. a RC a caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka. O conflito no país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados, e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária. a ONU tem no terreno um Missão de estabilização (MINUSCa) onde estão integrados 159 militares portugueses. além destes soldados, há ainda mais 50 que participam na Missão Europeia de Treino Militar (EUMT).