Relatório das Nações Unidas sobre tráfico de seres humanos reclama o reforço da cooperação internacional contra as redes criminosas. Mais de metade das vítimas são traficadas para exploração sexual
Relatório das Nações Unidas sobre tráfico de seres humanos reclama o reforço da cooperação internacional contra as redes criminosas. Mais de metade das vítimas são traficadas para exploração sexual O tráfico de seres humanos, que afeta homens, mulheres e crianças vítimas de atividades criminosas como a exploração sexual e o tráfico de órgãos, continua impune em grande parte dos países, segundo um relatório das Nações Unidas publicado esta segunda-feira, 7 de janeiro. apesar do recente aumento do número de condenações por tráfico de seres humanos em África e no Médio Oriente, a quantidade total [de condenações] nessas regiões continua a ser muito baixo, assinala o documento elaborado pela agência da ONU contra as Drogas e Crime (UNDOC, na sigla em inglês), exigindo uma maior cooperação internacional no combate a este tipo de crime. O relatório reúne dados até 2016 e realça que, nas últimas três décadas, nunca tinha havido tantos países em situação de conflito como nesse ano. Ora a existência de um conflito armado aumenta o risco do tráfico de seres humanos, pois obriga a deslocamentos forçados e à destruição das estruturas familiares. Depois da exploração sexual, o trabalho forçado é a segunda causa mais comum do tráfico humano e afetou um terço das vítimas, a maioria da África subsaariana e do Médio Oriente. O relatório identificou ainda uma centena de casos de tráfico de órgãos, sendo os campos de refugiados os locais preferidos dos traficantes, que atraem as vítimas com falsas promessas de dinheiro ou de transporte para locais mais seguros.