a propagação da doença em zona de conflito tem complicado o trabalho dos profissionais de saúde que são frequentemente vítimas de ataques ou de sequestros por grupos armados
a propagação da doença em zona de conflito tem complicado o trabalho dos profissionais de saúde que são frequentemente vítimas de ataques ou de sequestros por grupos armados Os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde congolês revelam que, desde agosto do ano passado, data em que foi declarada uma epidemia de ébola no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), já morreram 357 pessoas vítimas da doença. a maioria das mortes registou-se na região de Beni, na província de Kivu do Norte, área de influência do grupo armado Forças Democráticas aliadas, que tem multiplicado os ataques contra civis e complicado o trabalho das equipas sanitárias que tentam travar a propagação do vírus. a epidemia, considerada pelo governo congolês como a maior da história relativamente ao número de contágios, foi detetada inicialmente na zona de Mangina, no Kivu do Norte, e alastrou rapidamente para a fronteira com o Uganda, o que levou a ONU a manifestar preocupação com uma possível propagação àquele país, ao Burundi, Ruanda e Sudão do Sul. Nenhuma outra epidemia no mundo tem sido tão complexa como a que estamos a experimentar atualmente, admitiu o ministro da Saúde da RDC, Oly Ilunga Kalenga, destacando as dificuldades no controlo da doença, devido às ameaças e agressões enfrentadas pelas equipas médicas e humanitárias. É a primeira vez que uma epidemia de ébola é declarada numa zona de conflito, onde existe uma centena de grupos armados, o que leva à deslocação contínua de centenas de milhares de pessoas que podem ter estado em contacto com o vírus.