é muito forte na Coreia do Sul a discriminação dos órfãos deficientes, sobretudo quando atingidos por várias deficiências físicas ou psíquicas.
é muito forte na Coreia do Sul a discriminação dos órfãos deficientes, sobretudo quando atingidos por várias deficiências físicas ou psíquicas. Uma casa de acolhimento para órfãos deficientes lançou uma ideia original, que ainda não teve adesão.com a queda acentuada do número de casamentos e a taxa de natalidade alcançando os níveis mais baixos de sempre, torna-se cada vez mais difícil para muitos homens coreanos encontrar uma esposa. Mas entre os que insistem em contrariar esta tendência está a Residência para Deficientes “abrigo dos anjos”, em Seúl. Durante os últimos cinco anos, esta agência de assistência social tem prometido oferecer um anel de diamantes à primeira mulher que casar com um dos seus inquilinos. Porém, este anel ainda não encontrou dedo disposto a enfiá-lo.
Cho Kyu-hwan, director do “abrigo dos anjos”, diz que vários órfãos estão já na casa dos 40, dispostos a casarem. apesar das tentativas para mudar a mentalidade social que discrimina os órfãos e deficientes, quem nasce com estas “desvantagens” permanece à margem da sociedade, sobretudo por causa da questão da pureza da linhagem e do nome da família. De facto, entre as crenças sociais mais difundidas em relação aos órfãos está a ideia de que as crianças abandonadas são-no porque merecem: ou seja, elas têm de ser postas fora da sociedade porque estão pagando pelos pecados cometidos pelos seus antepassados.
Colocar crianças abandonadas ou que sofreram abusos de vários tipos em instituições sociais tem sido prática corrente desde 1953, ou seja, desde o fim da Guerra das duas Coreias. Foram construídos centenas de orfanatos para acolherem as que perderam os pais na guerra. Porém, muitas instituições privadas dependem de donativos para subsistirem. Dado que se registaram quedas consideráveis nas receitas, bem como a falta crónica de pessoal, muitas crianças saíram com preparação muito inadequada, permanecendo dependentes da segurança social.
ao contrário de muitas instituições privadas, o “abrigo dos anjos” possui pessoal médico especializado, bem como instalações de reabilitação que possibilitam a formação adequada dos órfãos, de modo a poderem depois integrar-se com sucesso na sociedade. De facto, vários deles tornaram-se médicos, advogados e funcionários públicos. Porém, esta residência é um caso particular, pois a maior parte das instituições são extremamente pobres: em muitas há falta de comida, de roupa, de aquecimento central.
a Coreia tem ainda muito que fazer no que se refere à protecção e promoção dos direitos dos últimos da sociedade. Infelizmente, os coreanos são muito dados à tradição e, em relação a certos tabus, a mudança de mentalidade é a mais difícil de realizar. Já foram dados vários passos neste sentido, mas há ainda muita estrada a percorrer. Mesmo a nível da adopção, é raro que uma família coreana adopte uma criança, pior ainda se for deficiente ou órfã. De facto, a Coreia é um dos países que mais “exporta” crianças para adopção.
Da Coreia do Sul