Operação conjunta de várias entidades permitiu retirar os fazendeiros ilegais da terra de uma comunidade indígena isolada, no estado do Mato Grosso, no Brasil
Operação conjunta de várias entidades permitiu retirar os fazendeiros ilegais da terra de uma comunidade indígena isolada, no estado do Mato Grosso, no Brasil a Fundação Nacional do Índio (FUNaI) revelou recentemente os detalhes de uma operação bem sucedida, que permitiu a retirada de fazendeiros ilegais e considerados violentos, da Terra Indígena Rio Pardo, no estado brasileiro do Mato Grosso, na amazónia. a área é ocupada pelos kawahiva, um povo indígena que se mantém isolado. Os kawahiva são caçadores-coletores nómadas e vivem fugindo das invasões de seu lar florestal. Os membros que restam desta tribo são sobreviventes da violência genocida de invasores que exploram os recursos naturais da área. É provável que eles evitem contato com a sociedade dominante devido a estes ataques, bem como o medo de doenças trazidas por forasteiros. a proteção de suas terras é a única maneira de garantir que o seu direito de escolher não fazer contato com outras pessoas é respeitado. a tribo tornou-se conhecida internacionalmente em outubro de 2015, quando a Survival International – uma plataforma de defesa dos povos indígenas – divulgou imagens de um encontro raro com membros do povo, filmadas pela FUNaI, para provar que os kawahiva moram lá e para gerar apoio para a proteção da terra. Estas imagens continuam a ser algumas das mais claras já vistas de indígenas isolados. O processo de demarcação das suas terras começou há alguns anos, quando a existência deste povo foi confirmada e o governo começou a mapear o território para seu uso exclusivo, conforme exigido pelo direito nacional e internacional. No entanto, as diligências foram suspensas, deixando a comunidade exposta ao genocídio e à extinção. Para evitar que isso aconteça, foi lançada uma campanha internacional para exigir a demarcação e proteção do território, que conta já com o apoio de pessoas de mais de 100 países. Esta operação prova que as campanhas públicas podem fazer uma diferença real na luta para parar o atual genocídio dos povos indígenas isolados. Os kawahiva sofreram um trauma terrível nas últimas décadas, mas alguns ainda sobrevivem, e estamos determinados a impedir que eles compartam o destino de tantos povos indígenas no passado. Se sua terra for protegida, eles podem prosperar, como os sentineleses nas ilhas andamão. Mas eles vão precisar de toda ajuda possível para ver o processo de demarcação concluído, afirma o diretor da Survival Internacional, Stephen Corry.