após três anos de levantamentos e consultas foi finalmente produzido um documento que dá voz aos povos originários e estabelece normas para o diálogo com o Estado e os parceiros da sociedade civil
após três anos de levantamentos e consultas foi finalmente produzido um documento que dá voz aos povos originários e estabelece normas para o diálogo com o Estado e os parceiros da sociedade civil a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), que representa 30 mil indígenas, aprovou recentemente o Plano de Gestão Territorial e ambiental (PGTa), que abrange sete Terras Indígenas (TI) na Bacia do Rio Negro, junto à fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Esta área é considerada uma das mais preservadas da amazónia. O PGT a para nós da região do Içana [TI alto Rio Negro] é um instrumento que aponta como vamos viver daqui em diante. Tanto no aspeto político, como no aspeto de diálogo com a sociedade não indígena. O nosso plano não se limita a ser um instrumento que barra as coisas, mas sim que cria as condições e possibilidades de diálogo para a gente comunicar de igual para igual, chegando a um acordo. Então, o PGT a não é uma barreira e, sim, um instrumento de diálogo, afirmou um dos líderes do povo Baniwa, Juvêncio Cardoso. Já Clarice arbela, do povo Tukana e do Fórum de Educação Escolar Indígena do amazonas, destacou que a grande preocupação dos dias de hoje é com a tentativa de exploração económica nas terras indígenas por grupos privados, pelo que o Plano, assim como os protocolos de consulta, serão fundamentais para que os povos indígenas possam direcionar seus projetos e prioridades, assim como definir como e com quem irão se relacionar. Durante a assembleia para aprovação do documento, os participantes alertaram para a forma como alguns representantes do governo e do setor privado vêm abordando a questão indígena, sem considerar a diversidade de povos existente no Brasil, assim como as organizações representativas dos indígenas. as ameaças e tentativas de corrupção são cada vez mais constantes, na tentativa de exploração económica nas terras indígenas.