Comunidade islâmica considera que «há interesses externos» nos ataques registados no norte do país, onde existem recursos naturais, como os minerais e o gás natural
Comunidade islâmica considera que «há interesses externos» nos ataques registados no norte do país, onde existem recursos naturais, como os minerais e o gás natural a comunidade islâmica em Moçambique demarcou-se dos ataques recentes ocorridos na província de Cabo Delgado, atribuindo as ofensivas a interesses externos, que nada têm que ver com os valores defendidos nas madrassas. Se há pessoas que têm esse tipo de comportamento, não estão ligadas a nós de forma alguma, assegurou o presidente da Comunidade Islâmica de Moçambique (CIMO), abdul Rashid Ismail. Segundo o dirigente, os professores das madrassas moçambicanas são todos formados em território nacional e privilegiam a educação e o ensino de valores morais e sociais, sem qualquer ligação a radicais islâmicos. as pessoas que têm ideais radicais, extremistas e fundamentalistas são pessoas que estudaram maioritariamente na arábia Saudita e aprenderam o fanatismo, o wahabismo [movimento islâmico sunita ultraconservador]. Para abdul Rashid Ismail, a origem dos ataques estará ligada a alegados interesses externos na riqueza existente na região. as pessoas que fazem isso em nome do islamismo têm segundas intenções ou foram mandadas por alguém para tirarem a população de lá e ocuparem esse espaço. [Querem] criar instabilidade e pânico na população. Queimam as casas, decapitam as pessoas, dizem que são muçulmanos, mas não são os muçulmanos que ensinam essas barbaridades, criticou. O presidente da CIMO lamentou ainda o efeito nefasto que os ataques tiveram na imagem da comunidade islâmica em Moçambique, em particular a que vive na região de Cabo Delgado. Os muçulmanos do norte são pela paz e não querem problemas mas são afetados pelas acusações de terrorismo, sublinhou o responsável.