Dirigente do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo considera que a Igreja tem sido essencial para dar voz aos menos favorecidos e espera que o novo governo brasileiro garanta os direitos sociais dos cidadãos

Dirigente do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo considera que a Igreja tem sido essencial para dar voz aos menos favorecidos e espera que o novo governo brasileiro garanta os direitos sociais dos cidadãos
O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, adriano Ferreira, aponta o diálogo como a chave para garantir os direitos dos camponeses no Brasil e a Igreja Católica como um parceiro fundamental para ajudar os mais desfavorecidos a fazerem ouvir as suas vozes. a Igreja do Brasil, em especial a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tem sido essencial para dar voz e vez aos excluídos. É como uma porta-voz dos menos favorecidos, seguindo a linha do Papa Francisco. a Igreja tem sido uma voz profética para os excluídos, afirma o dirigente em entrevista à Rádio Vaticano. adriano Ferreira destaca ainda o papel do movimento na luta para que os camponeses possam permanecer nas suas terras, sem necessidade de migrarem por falta de opções: Há o processo de migração por falta de trabalho ou porque a pessoa é expulsa da terra. Ninguém sai da própria terra porque quer. Há o problema, por exemplo, do avanço de grandes projetos, como a construção dos canais da transposição do Rio São Francisco. Muita gente sai, acaba perdendo a identidade e tem que buscar outros espaços para sobreviver. Para Ferreira, a defesa da terra e dos camponeses não é apenas para assegurar um teto, mas sobretudo para defender um bem comum. O capital internacional, os grandes latifúndios e o agronegócio veem a terra como mercadoria, mas para os camponeses, assim como para os indígenas, ela é sagrada, existe uma ligação forte entre o chão que se planta e a própria vida, sublinha o ativista. Esperançado que o Sínodo dedicado à amazónia vai ajudar a apresentar a região, não só como o pulmão do mundo, mas também o coração da humanidade, adriano Ferreira espera que o novo governo brasileiro paute a sua gestão com sentido social: Deve comprometer-se com a Constituição Federal, o que significa garantir os direitos sociais dos cidadãos, a liberdade de expressão, dar voz aos pobres, aos indígenas, camponeses.