a recolha de dados de seis países amazónicos permitiu identificar mais de dois mil pontos de mineração predatória na maior floresta tropical do mundo. é a primeira vez que estas informações estão reunidas numa base comum
a recolha de dados de seis países amazónicos permitiu identificar mais de dois mil pontos de mineração predatória na maior floresta tropical do mundo. é a primeira vez que estas informações estão reunidas numa base comum Um mapa inédito lançado esta semana pela Rede amazónica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RaISG) mostra pela primeira vez a distribuição dessa atividade ilegal e seus impactos ambientais em seis países amazónicos. através desta base de dados é possível verificar que o garimpo ilegal continua a espalhar-se pela amazónia sem respeitar sequer as fronteiras. a nova plataforma identifica 2. 312 pontos e 245 áreas de garimpo ou extração de minerais, como ouro, diamantes e coltan, e mostra pelo menos três dezenas de rios afetados pela atividade ou por rotas para a entrada de máquinas, equipamentos e pela saída de minerais, explica alícia Rolla, geógrafa do Instituto Socioambiental (ISa). Para chegar aos resultados que agora são disponibilizados ao público, foi necessário recorrer a diversas fontes, desde estudos publicados, a informações de parceiros locais, notícias de imprensa e análises de imagens de satélite. É um esforço inédito de compilação de dados para criar uma visão regional do problema, adianta a especialista. E esta visão mais global revela que a Venezuela é o país com mais pontos de garimpo ilegal, seguido do Brasil, Equador e Peru. Na Colômbia e Bolívia, as unidades de análise foram os rios, razão pela qual não aparecem quantificados como pontos. além dos danos ambientais produzidos pelo desmatamento e a abertura de crateras no solo, o mercúrio utilizado na extração do ouro contamina rios e peixes e populações que têm o peixe como base de sua alimentação. a incidência do garimpo ilegal na amazónia, especialmente em territórios indígenas e áreas naturais protegidas, tem crescido exponencialmente nos últimos anos com o aumento do preço do ouro. No entanto, é uma das pressões menos pesquisada, em relação ao desmatamento para expansão da pecuária, por exemplo, devido também aos riscos associados ao seu mapeamento. Por isso, a RaISG decidiu incluí-la como uma das questões que necessitam de monitorização contínua, especialmente pelos seus impactos sociais e ambientais, afirmou por sua vez o coordenador geral da Rede, Beto Ricardo.