Sem acesso às informações tecnológicas que permitam minimizar os efeitos das secas e inundações, os pequenos agricultores são os que mais estão a sofrer com as alterações do clima
Sem acesso às informações tecnológicas que permitam minimizar os efeitos das secas e inundações, os pequenos agricultores são os que mais estão a sofrer com as alterações do climaO diretor da Divisão de Envolvimento Global e Relações Multilaterais do Fundo Internacional para o Desenvolvimento agrícola (FIDa), ashwani Muthoo, não tem dúvidas de que a mudança climática é uma realidade, aponta os pequenos agricultores como as primeiras “vítimas” do fenómeno e alerta para a necessidade de assegurar a segurança alimentar sobretudo em alguns países lusófonos. Já temos muitas secas, muitas inundações, que estão trazendo muitas dificuldades para a vida quotidiana dos pequenos agricultores. O FID a está a fazer muito neste âmbito. Temos um programa de financiamento somente para ajudar os pequenos agricultores a adaptarem-se às mudanças climáticas, especialmente ajudando para que tenham tecnologias e pesquisas tecnológicas mais apropriadas para trabalhar nesse contexto das secas, e esses problemas da área de mudança climática, afirmou o responsável, em entrevista à ONU News. Para Muthoo, que já trabalhou em vários países lusófonos aos serviço da agência da ONU, um dos principais desafios destas nações está relacionado com a alimentação: a nossa organização acha que um dos maiores desafios é, realmente, melhorar a segurança alimentar e a nutrição das populações mais pobres nesses países. Isso vai precisar de melhor tecnologia, para melhorar a produção e melhorar a produtividade, mas também para ajudar esses pequenos agricultores a ter acesso a mercados para melhorar o seu rendimento. Tendo em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável previstos na agenda 2030, a FID a tem vindo a trabalhar com os Estados-memebros para melhorar os meios de subsistência das populações rurais, incluindo pequenos agricultores, trabalhadores sem-terra, mulheres e jovens, grupos étnicos marginalizados e vítimas de desastres. Faltam 12 anos, mas não podemos falhar. Precisamos de muita coordenação entre instituições internacionais e Nações Unidas e muita coordenação no terreno também. Pelo FIDa, achamos que precisamos de muitos mais investimentos, principalmente no setor da pequena agricultura, para realizar esses objetivos, concluiu o responsável.