Documento será submetido a aprovação numa Cimeira agendada para dezembro, mas continua a aumentar o número de países que se retiraram das negociações ou mostram reservas quanto ao teor do acordo
Documento será submetido a aprovação numa Cimeira agendada para dezembro, mas continua a aumentar o número de países que se retiraram das negociações ou mostram reservas quanto ao teor do acordo Em julho, todos os países representados nas Nações Unidas (com exceção dos Estados Unidos da américa) assinaram o Pacto Mundial para a Migração Segura, Ordenada e Regular, um documento com um conjunto de princípios para a defesa dos direitos dos migrantes, que entre outras coisas, proíbe as detenções arbitrárias e facilita a integração dos estrangeiros. Mas a menos de um mês da aprovação do acordo, são cada vez mais as nações a levantar dúvidas sobre o pacto. O Presidente dos Estados Unidos da américa, Donald Trump, foi o primeiro a abandonar as negociações, por considerar que as disposições contidas no acordo contrariavam a sua política migratória e a sua vontade de acabar com a travessia ilegal de migrantes centro-americanos. E nos últimos meses têm-se acumulado as desistências ou as suspensões de uma tomada de decisão, o que ameaça assombrar a Cimeira, agendada para 10 e 11 de dezembro, em Marrakech, Marrocos. a Hungria seguiu a posição norte-americana e vários países congelaram a sua decisão, como foram os casos da austrália, República Checa, Israel, Polónia, Áustria, Bulgária, Eslováquia e Bélgica. Muitos destes países receiam sofrer uma onda de migrantes e o governo polaco considera mesmo que o texto poderá incitar milhões de pessoas a fazer-se à estrada. O pacto tem 25 páginas, não é vinculativo, e contém uma série de princípios – defesa dos direitos humanos, das crianças e o reconhecimento da soberania nacional – e duas dezenas de propostas para ajudar os países a fazer frente à migração, facilitando a informação, a integração e o intercâmbio de experiências. após a Cimeira de Marrakech, onde o texto deve ser formalmente ratificado, mesmo sem assinaturas, prevê-se uma resolução da assembleia Geral da ONU, que deverá ser aprovada por consenso. Só depois será possível estabelecer uma rede de coordenação sobre migrações nas Nações Unidas.