Falta de acordo entre os governos brasileiro e cubano põe fim à participação num programa desenvolvido para assegurar assistência médica às populações mais vulneráveis
Falta de acordo entre os governos brasileiro e cubano põe fim à participação num programa desenvolvido para assegurar assistência médica às populações mais vulneráveis até meados do próximo mês de dezembro, prevê-se que os 8. 300 médicos cubanos que participam no programa Mais Médicos, em território brasileiro, regressem ao seu país de origem. a saída dos profissionais iniciou-se a semana passada e segundo a Organização Pan-americana da Saúde (OPaS) já deixaram o Brasil mais de 1. 300 clínicos cubanos. Os médicos cubanos asseguravam assistência em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas e em 2. 800 municípios, mas viram-se obrigados a abandonar o projeto, depois do governo cubano ter decidido deixar de participar no programa Mais Médicos, alegadamente por não sentir vontade política do novo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em prosseguir com a campanha. a cooperação internacional impulsionada pela OPaS havia iniciado em 2013, com o objetivo de mobilizar médicos cubanos para trabalharem no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. Nos cinco anos em que esteve em vigor, demonstrou ser uma experiência de êxito, tendo em conta o grau de satisfação da população, a aprovação dos gestores, a melhoria na cobertura, acesso e qualidade dos cuidados e a equidade no SUS, adiantam os responsáveis da OPaS. Porém, o governo cubano decidiu abandonar o programa, depois das ameaças de Bolsonaro de expulsar os médicos estrangeiros durante a campanha eleitoral, e de não ter sido contactado pela equipa de transição do Presidente eleito para tratar do futuro do projeto. Não podemos confiar que os nossos médicos ficarão em segurança nesse ambiente pleno de incertezas com um governo de duvidoso profissionalismo, que não deseja manter esse programa humanitário, pleno de formosas histórias de vida, justificou a diretora de comunicação do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, Yaira Jiménez Roig.