No discurso de abertura da assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, o cardeal patriarca de Lisboa prometeu o empenho do episcopado em levar a evangelização «a todas as periferias», numa missão que deve envolver «todos, tudo e sempre»

No discurso de abertura da assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, o cardeal patriarca de Lisboa prometeu o empenho do episcopado em levar a evangelização «a todas as periferias», numa missão que deve envolver «todos, tudo e sempre»
Os resultados do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, a celebração do ano Missionário em Portugal e a aprovação de uma carta pastoral sobre o matrimónio e a família são alguns dos temas em agenda na assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre entre esta segunda-feira, 12 de novembro, e a próxima quinta-feira (15), em Fátima. Na sessão de abertura, o cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da CEP, Manuel Clemente, destacou a necessidade da Igreja portuguesa acolher os jovens sem autoritarismo e reafirmou o compromisso do episcopado em desenvolver uma ação pastoral mais missionária. as condições atuais fazem da missão uma urgência evangélica em todos os campos socioculturais e numa geografia total, longe ou perto – por vezes muito perto até. Sobretudo nas zonas mais povoadas do nosso país habitam hoje populações das mais diversas origens e abrem-se espaços de autêntica “missio ad gentes”, a par de outros que requerem “nova evangelização” e persistência da “ação pastoral” própria das comunidades estabelecidas. a projeção missionária das comunidades, intercambiando o perto e o longe, é hoje a única possibilidade da respetiva manutenção e crescimento, como foi sempre a sua legitimação “cristã” propriamente dita, afirmou o purpurado. Recordando a Nota Pastoral da CEP para o ano Missionário e o Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco, Manuel Clemente apelou, mais uma vez, para que surjam em todas as dioceses Centros Missionários Diocesanos (CMD) e Grupos Missionários Paroquiais (GMP), laboratórios missionários, células paroquiais de evangelização que, em consonância com as OMP [Obras Missionárias Pontifícias] e os centros de animação missionária dos Institutos Missionários, possam fazer com que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida. Em relação às conclusões do Sínodo dos Bispos dedicado à juventude, que vão ser analisadas no encontro, o presidente da CEP lembrou que os jovens católicos não são meramente destinatários da ação pastoral, mas membros vivos do único corpo eclesial, que contribuem para enriquecer o que a Igreja é, e não só aquilo que faz. São o seu presente e não só o seu futuro. É do “sujeito” pastoral no seu todo que aqui se trata, devendo incluir o conjunto dos batizados e a respetiva contribuição específica. Também para evitar que a disponibilidade dos jovens se confronte com autoritarismos e desconfianças da parte dos adultos e pastores, que não reconheçam suficientemente a sua criatividade e demorem a partilha de responsabilidades, acrescentou Manuel Clemente. Nas palavras iniciais dirigidas à assembleia, o cardeal-patriarca deu ainda conta da alegria para toda a Igreja que foi a criação cardinalícia de antónio Marto, bispo de Leiria-Fátima, bem como as nomeações episcopais de antónio Luciano Costa (Viseu), Francisco Senra Coelho (Évora), Daniel Henriques (auxiliar de Lisboa), Rui Valério (Forças armadas e de Segurança) e armando Esteves (auxiliar do Porto), e a escolha de José Tolentino Mendonça para arquivista e bibliotecário do Vaticano.