Se não houver uma intervenção urgente, pode vir a assistir-se a uma «tragédia humana» na República Centro-africana. Há quase dois milhões de pessoas com necessidades alimentares e nutricionais
Se não houver uma intervenção urgente, pode vir a assistir-se a uma «tragédia humana» na República Centro-africana. Há quase dois milhões de pessoas com necessidades alimentares e nutricionais as condições nutricionais na República Centro-africana continuam a deteriorar-se devido à insegurança persistente e só uma ação alimentar urgente pode evitar uma tragédia humana, alerta o Programa alimentar Mundial (PaM), destacando que o país apresenta os piores resultados dos últimos quatro anos em matéria de segurança alimentar, com quase dois milhões de pessoas a necessitar de assistência imediata. Segundo Hervé Verhoosel, porta-voz do PaM, a onda de violência tem obrigado milhares de civis a fugir e a procurar refúgio, muitos deles, em casa de familiares. a deterioração contínua de uma situação já extremamente grave no terreno tem uma implicação direta sobre a segurança alimentar, adianta o responsável. O conflito no país, com 4,6 milhões de habitantes, começou em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka. Desde então, 700 mil pessoas estão deslocadas e 570 mil refugiadas. Neste momento, o governo do Presidente, Faustin-archange Touadéra, um antigo primeiro-ministro que venceu as presidenciais de 2016, controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que, na sua maioria, procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.