Os bloqueios no acesso à água e à alimentação em contexto de guerra devem ser considerados crimes contra a humanidade, segundo a relatora especial das Nações Unidas para o Direito à alimentação
Os bloqueios no acesso à água e à alimentação em contexto de guerra devem ser considerados crimes contra a humanidade, segundo a relatora especial das Nações Unidas para o Direito à alimentação a relatora especial das Nações Unidas para o Direito à alimentação, Hilal Elver, defendeu esta semana que a fome em países em guerra provocada intencionalmente pelos atores do conflito seja considerada como um crime contra a humanidade, devendo os responsáveis ser levados a responder perante a justiça. O mundo tem que tomar consciência da situação da fome e da desnutrição a nível global, afirmou a responsável durante a Cimeira Parlamentar sobre a Fome, em Madrid, Espanha, recordando que as áreas mais afetadas pela fome e pela má nutrição são as dos países em situação de conflito, onde mais de 125 milhões de pessoas vivem uma situação de insegurança alimentar. Um destes países é o Iémen, que enfrenta a pior crise humanitária do mundo e está à beira de entrar numa situação de fome generalizada. Há ainda os casos preocupantes como os da Nigéria, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e da comunidade rohingya, que vive refugiada no Bangladesh. Neste contexto, Elver considera que o uso da fome como ferramenta de guerra, baseada no bloqueio do acesso da população civil à água e aos alimentos, deve ser classificado como um crime contra a humanidade que não deve ficar impune. Há que fazer com que a fome seja um crime contra a humanidade para poder julgar os responsáveis contra essa forma de castigar a população, sublinhou.