Secretário-geral das Nações Unidas propõe o reforço das missões no país africano, para assegurarem apoio logí­stico às forças de segurança e ao processo eleitoral. Portugal tem um contingente de 160 militares nas equipas de manutenção da paz

Secretário-geral das Nações Unidas propõe o reforço das missões no país africano, para assegurarem apoio logí­stico às forças de segurança e ao processo eleitoral. Portugal tem um contingente de 160 militares nas equipas de manutenção da paz
a situação extremamente frágil e o risco de um recuo real no caminho para estabilidade no país levaram o secretário-geral das Nações Unidas, antónio Guterres, a propor ao Conselho de Segurança da organização o reforço da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-africana (MINUSCa), uma operação que conta com a participação de militares portugueses. Dado o atual contexto, algumas das missões [da ONU] devem ser reforçadas, como o seu apoio político ao processo de paz e à estratégia de segurança, detalhou Guterres, referindo que duas novas tarefas são recomendadas: um apoio logístico à defesa nacional e às forças de segurança, e ao processo eleitoral. O mandato da MINUSCa, reforçada há um ano com mais 900 efetivos, termina em meados de novembro. O secretário-geral defende a sua renovação por um ano, com efetivos similares (11. 650 militares e 2. 080 polícias). a República Centro-africana está mergulhada com clima de violência desde 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-balaka. O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária. O governo do Presidente Faustin Touadera, um antigo primeiro-ministro que venceu as presidenciais de 2016, controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que, na sua maioria, procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.