Número limitado de empregos leva refugiados a deixar-se levar pelas falsas promessas de trabalho e de uma vida melhor apresentadas pelos traficantes. Muitos acabam sujeitos a trabalhos forçados
Número limitado de empregos leva refugiados a deixar-se levar pelas falsas promessas de trabalho e de uma vida melhor apresentadas pelos traficantes. Muitos acabam sujeitos a trabalhos forçados a diretora de serviços de proteção da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Dina Parmer, denunciou esta semana a existência de grupos de tráfico de seres humanos nos campos de refugiados do Bangladesh, sobretudo em Cox”s Bazar, onde vivem cerca de um milhão de pessoas de etnia rohingya. São comuns as histórias de pessoas vulneráveis que são abordadas por traficantes com falsas promessas de trabalho e de uma vida melhor. Muitas simplesmente não percebem os riscos ou apesar de estarem cientes do perigo sentem que a sua situação é tão desesperada que estão dispostos a tomar medidas extremas, talvez sacrificando um membro da família, revelou a responsável. Segundo Parmer, as meninas adolescentes são o grupo mais afetado pelo tráfico, mas há homens e meninos que também são alvo dos traficantes, sendo responsáveis por cerca de um em cada três daqueles que acabaram em trabalhos forçados. Dados recolhidos pelos funcionários da OIM indicam que quase 100 pessoas escaparam do tráfico e retornaram a Cox”s Bazar desde o início da crise de refugiados rohingya, em agosto de 2017. Mas, segundo Dina Parmer, os números oficiais representam apenas uma fração daqueles que caíram nas mãos de traficantes durante esse período. Inteiramente dependentes de ajuda para a sobrevivência os refugiados são presas fáceis para traficantes. Isto porque o número de programas de dinheiro por trabalho com agências humanitárias é limitado e são poucas as oportunidades comerciais de pequena escala dentro dos campos. Por norma, a promessa de transporte e acesso a oportunidades de trabalho lucrativas noutros lugares faz com que os refugiados recorram a empregos inseguros, para receber salários de subsistência, explica a diretora da agência da ONU.