Rede Europeia anti-Pobreza alerta que não basta ter um emprego para sair da pobreza. E pede mais investimento na educação e em melhores qualificações
Rede Europeia anti-Pobreza alerta que não basta ter um emprego para sair da pobreza. E pede mais investimento na educação e em melhores qualificações Não basta ter um qualquer dinheiro para ter uma vida adequada à dignidade humana, é preciso ter um rendimento adequado, que possibilite satisfazer as necessidades familiares, afirmou esta quarta-feira, 17 de outubro, o presidente da Rede Europeia anti-Pobreza (EaPN) Portugal, a propósito do Dia Internacional de Erradicação da Pobreza. Em declarações à agência Lusa, o padre Jardim Moreira alertou que mais de 1,1 milhões de portugueses têm trabalho, mas são pobres, e pediu uma aposta mais forte na educação e em melhores qualificações. Temos 10,8 por cento de trabalhadores que são pobres, achámos que era necessário chamar a atenção para esta realidade, de que não basta ter um emprego para sair da pobreza, sublinhou. O responsável pela EaPN Portugal apontou as melhorias verificadas nos últimos dois anos com impacto no nível de vida de muitos pobres, desde logo pelo aumento dos rendimentos disponíveis ou pelo aumento do valor das reformas, mas recordou, que apesar da melhoria, de modo global, os números não são ainda satisfatórios – continuamos com 18,3 por cento de pobres de rendimentos e 23,3 por cento de excluídos. De acordo Jardim Moreira, a pobreza em Portugal é estrutural e, por isso, requer uma intervenção transversal de vários ministérios. É preciso insistir na formação dos mais jovens para a integração familiar porque fora da família nem se realizam, ficam marginais, não conseguem ter condições de trabalho porque lhes falta toda esta solidariedade familiar que é fundamental para o desenvolvimento das pessoas que a constituem, explicou.