Relatório de especialistas das Nações Unidas alertam que terão que ser operadas mudanças «rápidas e sem precedentes» nos sistemas de energia, transportes, construção e indústria
Relatório de especialistas das Nações Unidas alertam que terão que ser operadas mudanças «rápidas e sem precedentes» nos sistemas de energia, transportes, construção e indústria Se a emissão de gases com efeito estufa continuar a crescer ao ritmo atual, o aquecimento global deverá ultrapassar a barreira dos 1,5 graus celsius, entre 2030 e 2052, alertam os especialistas do Painel Intergovernamental para as alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), num documento apresentado num encontro promovido pelas Nações Unidas, na Coreia do Sul. O relatório explora alternativas para limitar o aquecimento a 1,5 graus em vez de dois graus, meta estabelecida no acordo Climático de Paris. Para os especialistas, os efeitos para o planeta serão muito menos catastróficos se a barreira mais ambiciosa for alcançada. Pode impedir, por exemplo, a extinção de espécies, destruição das barreiras de coral e reduzir a subida do mar. ao contrário, se o limite for ultrapassado, poderão ocorrer chuvas torrenciais ou secas profundas, o que terá um impacto negativo na produção de alimentos, sobretudo em áreas sensíveis como o Mediterrâneo ou américa Latina. Sentir-se-ão também efeitos ao nível da saúde, abastecimento de água e crescimento económico, em especial nas populações mais pobres e vulneráveis. No relatório, que será usado como base de trabalho para a 24a Cimeira do Clima, na Polónia, em dezembro próximo, os especialistas apontam como prioridade um consumo de energia mais eficiente, uma agricultura mais sustentável e menos extensiva, ou mais terras para o cultivo de recursos energéticos.