Comandante do exército assegura que vai continuar a lutar contra as rebeliões no país, mesmo depois das Nações Unidas terem acusados os militares de «crimes contra a humanidade e crimes de guerra»
Comandante do exército assegura que vai continuar a lutar contra as rebeliões no país, mesmo depois das Nações Unidas terem acusados os militares de «crimes contra a humanidade e crimes de guerra»O comandante do exército de Myanmar, general Min aung Hlaing, reagiu esta segunda-feira, 24 de setembro, ao relatório da misão de investigação das Nações Unidas publicado a semana passada, onde os militares são acusados de genocídio contra a população rohingya, que foi obrigada a fugir para o Bangladesh. Nenhum país, nenhuma organização, nem nenhum grupo tem direito de interferir na política de Myanmar. Os países de todo mundo elegem o sistema democrático que lhes convém (… ) e Myanmar está no caminho para o multipartidarismo democrático, afirmou o general, garantindo que o exército continuará muito envolvido, enquanto as rebeliões resistirem no país, algumas das quais já duram quase 70 anos. apesar da chegada ao poder, em 2016, do governo civil de aung San Suu Kyi, os militares conservam uma posição central no regime político, controlando três ministérios e quatro assentos no Parlamento, que lhes permitem bloquear qualquer emenda constitucional que possa limitar seus poderes. No relatório da semana passada, os relatores da ONU enumeram uma longa lista de abusos contra a população rohingya, pedem ao governo de Myanmar que siga com o processo para retirar os militares da vida política, e que levem pelo menos seis altas patentes do exército perante a justiça para responderem pela autoria de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Mas até agora, aung San Suu Kyi ainda não reagiu ao documento, que lamenta que a Prémio Nobel da Paz, muito criticada por seu silêncio sobre a crise dos rohingyas, não tenha feito uso da sua posição como chefe de facto do governo, ou de sua autoridade moral, para combater, ou impedir a violência.