Investigação da amnistia Internacional conclui que o número de homicídios tem aumentado de forma constante nos últimos anos. Mais de 90 por cento dos autores dos crimes ficam impunes
Investigação da amnistia Internacional conclui que o número de homicídios tem aumentado de forma constante nos últimos anos. Mais de 90 por cento dos autores dos crimes ficam impunesO mais recente relatório da amnistia Internacional (aI) sobre a situação na Venezuela, divulgado esta semana em Buenos aires, na argentina, conclui que a alta taxa de homicídios, juntamente com os níveis muito elevados de impunidade e o uso excessivo da força pelas autoridades, colocam o país numa das piores situações de violência para uma nação sem guerra. Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, a quantidade de homicídios na Venezuela aumentou de maneira constante desde 2002, e a partir de 2010, agravou-se ainda mais. O ano passado, por exemplo, estima-se um índice de 89 homicídios por cada 100 mil habitantes, um número acima de El Salvador e três vezes maior do que o do Brasil. Uma das maiores preocupações evidenciados pelos ativistas são as alegadas execuções atribuídas a agentes do Estado durante as operações contra a criminalidade, em geral nos bairros periféricos das cidades. Funcionários do Estado, guiados por uma racionalidade militar, usam a força de forma abusiva e excessiva com regularidade e, em alguns casos, de maneira letal e intencional no âmbito das operações de segurança, refere o relatório, sublinhando que em 92 por cento dos casos os autores dos crimes ficam impunes. Esteban Beltrán, diretor da aI Espanha, adianta ainda que nos casos documentados pela aI, todas as vítimas estavam desarmadas. as autópsias mostram disparos no pescoço, no peito ou na cabeça, e a morte acontece quando estão ajoelhadas ou deitadas. as autoridades alegam confronto, mas não aparece nenhum polícia ferido.