Nos países de baixos rendimentos, menos de dois terços das meninas terminam a escola primária e só uma em cada três termina o primeiro ciclo da escola secundária. Os custos em produtividade podem ascender aos 25 mil milhões de euros
Nos países de baixos rendimentos, menos de dois terços das meninas terminam a escola primária e só uma em cada três termina o primeiro ciclo da escola secundária. Os custos em produtividade podem ascender aos 25 mil milhões de eurosas escassas oportunidades educativas das raparigas e os obstáculos que as impedem de completar 12 anos de escolaridade podem gerar perdas de produtividade e de rendimentos aos países que oscilam entre 15 e 25 mil milhões de euros, segundo um estudo recente elaborado pelos especialistas do Banco Mundial. De acordo com a investigação, nos países de baixos rendimentos, menos de dois terços das jovens terminam a escola primária e só uma em cada três termina o primeiro ciclo da escola secundária, o que lhes reduz as probabilidades de entrar no mercado de trabalho e de melhorar os benefícios sociais e económicos das suas famílias e comunidades. Não podemos continuar a deixar que a desigualdade de género ponha obstáculos ao progresso mundial. a desigualdade na educação é um dos problemas solucionáveis que está a custar biliões ao mundo. É hora de fechar a brecha de género na educação e dar às meninas as mesmas oportunidades para triunfar, para o bem de todos, sublinha a diretora-geral do Grupo Banco Mundial, Kristalina Georgieva. Nas últimas décadas, muitos países têm conseguido instituir a educação primária universal e, nos países em desenvolvimento, a taxa de matrícula das meninas no nível primário é equivalente à dos meninos. No entanto, estes avanços não são suficientes, havendo ainda muito por fazer, em particular em algumas regiões, como em África ao sul do Saara onde, em média, só 40 por cento das raparigas terminam o primeiro ciclo da escola secundária. Quando 130 milhões de meninas não podem converter-se em engenheiras ou jornalistas, ou em diretoras executivas de uma empresa porque a educação está fora do seu alcance, o mundo perde biliões de dólares que poderiam ajudar a fortalecer a economia mundial, a saúde pública e a estabilidade, acrescenta, por sua vez, a vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2014, Malala Yousafzai. Se os líderes mundiais se comprometem a construir um mundo melhor, devem começar por investir na educação secundária das meninas. Este estudo é mais uma prova de que não podemos permitir-nos continuar a atrasar o investimento nas raparigas, conclui a jovem paquistanesa, que se tem destacado pela luta na defesa dos direitos das mulheres no acesso à educação.