Têm chegado às Nações Unidas várias denúncias de graves violações de direitos humanos no país. agência pediu permissão para investigar no terreno mas a entrada foi recusada
Têm chegado às Nações Unidas várias denúncias de graves violações de direitos humanos no país. agência pediu permissão para investigar no terreno mas a entrada foi recusada O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid al Hussein, está profundamente alarmado com os relatos persistentes de violações de direitos humanos nos Camarões. O responsável estima que a violência tenha obrigado mais de 20 mil pessoas a fugir para os países vizinhos e 160 mil a deslocar-se internamente. Perante as denúncias, a agência liderada por Hussein fez vários pedidos para investigar as queixas no terreno, mas o governo camaronês negou o acesso aos funcionários da ONU. Dada a gravidade das denúncias de violência, o acesso foi pedido para verificar alegações sobre forças de segurança e elementos armados.como os pedidos foram recusados, é preciso explorar outras opções incluindo a monitorização remota, explica o alto comissário. Os protestos nos Camarões começaram em outubro de 2016 e tornaram-se mais violentos o ano passado, com os camaroneses que têm o inglês como primeira língua a reclamarem situações de discriminação em relação à maioria de língua francesa. Há relatos de sequestros por homens armados, assassinatos de agentes da polícia e autoridades locais, extorsão e incêndios de escolas. Entre as várias denúncias enviadas à ONU, figura um vídeo que mostra membros das forças armadas a executar uma mulher, uma criança e um bebé, acusados de serem membros do grupo terrorista Boko Haram. O governo dos Camarões tem a obrigação de investigar com urgência este crime atroz, pede Hussein, sublinhando que estes assassinatos podem não ser casos isolados.