a seca e a escassez de alimentos no norte do Quénia estão a provocar confrontos entre tribos nómadas. Dezenas já perderam a vida e a violência tende a aumentar, caso não chegue mais ajuda.
a seca e a escassez de alimentos no norte do Quénia estão a provocar confrontos entre tribos nómadas. Dezenas já perderam a vida e a violência tende a aumentar, caso não chegue mais ajuda. “O forte impacto da crise pode levar o conflito a uma escala que o Quénia não via há mais de uma década”, disse Gezahegn Kebede, chefe da agência humanitária Oxfam no país africano. O governo do Quénia, criticado por tardar em responder à crise, admite que uns quatro milhões de pessoas, numa população total de 32 milhões, sofrem pela falta de alimentos.
O Quénia é um dos países mais afectados pela seca que atingiu a África Oriental desde o ano passado. Grande número de pessoas e dezenas de milhar de cabeças de gado morreram devido à fome e doenças relacionadas na árida região. Mas a Oxfam denunciou que o número de vítimas da seca também estava a aumentar devido às disputas violentas por água e pastagens entre os criadores de gado nómadas. “Não é só a crise alimentar que reclama vidas… a menos que chegue mais ajuda à área afectada durante este mês, Março pode ter ainda mais mortes”, acrescentou Kebede.
No pior incidente, um conflito entre os Turkana e grupos da Etiópia deixou mais de 40 mortos em Janeiro, disse a Oxfam. Em Lomelo, três tribos (Samburu, Pokot e Turkana) partilham pastagens e água numa situação muito tensa onde “os confrontos podem emergir a qualquer momento”, disse a agência.
“O número de armas na região está a tornar estes encontros cada vez mais mortais, com as comunidades nómadas a viajar centenas de quilómetros procurando pastagens, muitas vezes levando o seu gado para zonas controladas por outras comunidades”, denunciou a Oxfam. “Também está a aumentar o conflito entre os agricultores e os criadores de gado devido à invasão de terras cultivadas”.