Centenas de pessoas manifestaram-se no centro de Caracas e em várias outras cidades do país, exigindo o pagamento integral das pensões. O valor médio das reformas não chega sequer para comprar um quilo de carne
Centenas de pessoas manifestaram-se no centro de Caracas e em várias outras cidades do país, exigindo o pagamento integral das pensões. O valor médio das reformas não chega sequer para comprar um quilo de carne a subida galopante da inflação na Venezuela – estima-se que este ano possa superar os 13. 800 por cento – e o não pagamento integral das pensões de reforma levou a que centenas de idosos se manifestassem esta semana em várias cidades do país, para exigirem a entrega do subsídio na totalidade e em dinheiro. Neste momento estão a pagar apenas dois milhões de bolívares em efetivo (cerca de 14 euros), o que corresponde a um quarto da pensão e só dá para 15 ovos, queixou-se Basílio Octo, 68 anos, um dos idosos que se manifestou contra o governo de Nicolás Maduro, cortando o trânsito em várias avenidas das cidades. Devido à elevada taxa de inflação, que pode ultrapassar os 13. 800 por cento segundo o FMI, a produção de notas não responde ao aumento da procura, pelo que, em alguns mercados, os alimentos e produtos básicos -embora escassos – custam até três vezes menos se forem pagos em dinheiro. Daí que os reformados exijam o pagamento em efetivo para tentar aumentar o seu rendimento. No passado mês de junho, Maduro aumentou o valor das pensões para 4,2 milhões de bolívares, mas só um quilo de carne custa cinco milhões. Segundo o Observatório Venezuelano de Conflito Social, foram registados 5. 300 protestos na Venezuela, só no primeiro semestre deste ano.