Relatório multidisciplinar revela que os serviços de saúde deficientes são «como um cancro» para todos os países, de todos os níveis económicos, mas com consequências mais graves nas nações com menos rendimentos
Relatório multidisciplinar revela que os serviços de saúde deficientes são «como um cancro» para todos os países, de todos os níveis económicos, mas com consequências mais graves nas nações com menos rendimentos Sem serviços de saúde de qualidade, a cobertura universal de saúde continua a ser uma promessa vazia, afirma o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Ángel Gurria, em reação aos resultados do mais recente relatório ao setor da saúde a nível global, que conclui que a doença associada à má qualidade dos serviços origina um gasto adicional para as famílias e para os sistemas de saúde. O estudo, elaborado em conjunto pela OCDE, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Banco Mundial, regista algum progresso na melhoria de alguns serviços, como as taxas de sobrevivência nos casos de cancro e doenças cardiovasculares, mas realça, que ainda assim, os custos económicos e sociais da atenção médica de má qualidade ascendem a biliões de euros por ano. a boa saúde é a base do capital humano de um país e nenhum país pode permitir uma atenção médica de baixa qualidade ou insegura. O mau serviço tem um impacto desproporcionado nos pobres, o que não só é moralmente repreensível, mas também economicamente insustentável para as famílias e para os países, refere, por sua vez, o presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim. Segundo o relatório, visitar um centro médico é um risco nos países de baixos e médios rendimentos, pois 10 por cento dos pacientes hospitalizados podem contrair uma infeção, em comparação com os sete por cento nos países mais desenvolvidos. Por outro lado, cerca de 15 por cento dos gastos hospitalares nos países mais ricos devem-se a erros na atenção prestada aos doentes infetados nos hospitais.