O ano de 2017 culminou com um aumento das violações dos direitos das crianças, sobretudo em conflitos como os da República Centro-africana, Myanmar, Sudão do Sul, Síria e Iémen
O ano de 2017 culminou com um aumento das violações dos direitos das crianças, sobretudo em conflitos como os da República Centro-africana, Myanmar, Sudão do Sul, Síria e Iémen as crianças enfrentam uma violência sem precedentes por causa dos confrontos armados que alastram no mundo, com as partes em conflito ignorando qualquer medida para protegê-las do impacto da guerra, lamentou esta semana a representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças em Conflito armado. Na apresentação do relatório sobre a situação mundial, Virginia Gamba destacou terem sido registadas mais de 21 mil violações graves aos direitos das crianças, o que representa um aumento inaceitável em relação a 2016, ano em que se verificaram 15,5 mil casos. Os menores da Síria foram os mais afetados. O documento revela que mais de 10 mil menores foram mortos ou feridos em países em conflito, com aumento de incidentes principalmente no Iraque e em Myanmar e com números que continuaram inaceitavelmente altos no afeganistão e na Síria. Para Virginia Gamba, isto demonstra que as partes em confronto desprezam a lei internacional e deixam crianças e civis cada vez mais vulneráveis à violência. Em relação à utilização das crianças nos combates, o relatório refere que no Sudão do Sul, por exemplo, mais de 1,2 mil crianças foram recrutadas por grupos armados. Mas também realça, como dado positivo, que no ano passado mais de 10 mil menores foram libertados por grupos armados e começaram o processo de reintegração.