a manter-se o ritmo de degradação dos solos, até 2050 este fenómeno pode obrigar 143 milhões de pessoas a mudar de casa para fugir da falta de água e da queda na produção de alimentos
a manter-se o ritmo de degradação dos solos, até 2050 este fenómeno pode obrigar 143 milhões de pessoas a mudar de casa para fugir da falta de água e da queda na produção de alimentosO planeta tem neste momento dois mil milhões de hectares de terras degradadas, o que afeta duas em cada cinco pessoas, segundo dados da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação. Se o ritmo de deterioração dos solos se mantiver, estima-se que até 2050 este fenómeno gere o deslocamento interno de 143 milhões de pessoas. Entre 1983 e 2013, de acordo com a ONU, 20 por cento das terras do planeta foram degradadas. Por isso, antónio Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, alerta para a necessidade de se reconhecer o valor imenso das terras produtivas e saudáveis no fortalecimento das comunidades mais pobres, as quais estão lidando com as secas e outros desastres climáticos iniciais. as tecnologias para travar a degradação já existem, porém, têm faltado os instrumentos políticos e os investimentos para as promoverem. Isto faz com que muitas comunidades dependentes do uso das terras fiquem expostas às mudanças no clima, como secas, chuvas imprevisíveis, e que muitas fontes subterrâneas de água desapareçam. Uma das soluções passa pela união entre os consumidores, o setor privado e os governos. a terra vale muito mais do que o seu valor económico. Ela define a nossa forma de vida e cultura, tanto para quem vive nas cidades ou em vilas. Ela purifica a água que bebemos, alimenta-nos, rodeia-nos com beleza. Mas não podemos satisfazer as necessidades de uma população em crescimento se a quantidade de terras saudáveis e produtivas continuarem a decair de forma tão dramática, sublinha a secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, Monique Barbut.