Em três semanas, mais de uma centena de pessoas dependentes de drogas terá sido executada no país. O governo declarou guerra ao consumo de estupefacientes, mas a ONU pede que sejam respeitados os direitos humanos
Em três semanas, mais de uma centena de pessoas dependentes de drogas terá sido executada no país. O governo declarou guerra ao consumo de estupefacientes, mas a ONU pede que sejam respeitados os direitos humanos O alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apelou ao governo do Bangladesh que adote uma política anti-narcóticos que respeite a vida humana, depois da execução extrajudicial de pelo menos 130 pessoas dependentes de drogas, em apenas três semanas. Em meados de maio, o executivo declarou tolerância zero aos estupefacientes para fazer frente ao crescente consumo de drogas, e desde então, além das execuções que se presume terem sido consumadas pelas forças de segurança, foram detidos 13 mil consumidores de narcóticos. Todas as pessoas têm direito à vida. Uma pessoa não perde os seus direitos humanos por consumir ou vender drogas. a presunção de inocência e o direito ao devido processo devem estar à frente de qualquer iniciativa contra o delito, sublinhou o alto Comissariado, liderado por Zeid al Hussein. a polícia anti-narcóticos tem desencadeado várias operações, principalmente em bairros marginais, o que fez aumentar entre os toxicodependentes das comunidades mais vulneráveis o receio de serem detidos ou executados se recorrerem aos serviços de saúde. Não há dúvida que o tráfico e a venda ilegal de narcóticos causa grande sofrimento aos cidadãos e às comunidades, mas as execuções extra-judiciais, as detenções arbitrárias e a estigmatização dos consumidores de drogas não são a resposta ao problema, realçou Hussein.