O enorme esforço de ajuda humanitária depois do tsunami de 2004 violou os direitos humanos de muitos dos sobreviventes, apesar de tentar reconstruir as suas vidas.
O enorme esforço de ajuda humanitária depois do tsunami de 2004 violou os direitos humanos de muitos dos sobreviventes, apesar de tentar reconstruir as suas vidas. a campanha de ajuda, a maior alguma vez reunida, teve muitos sucessos, porém, não assegurou o direito a alimentação, água e habitação disseram no relatório que apresentaram.
Mais de um ano depois da catástrofe de 26 de Dezembro 2004, a situação de muitos sobreviventes, particularmente mulheres, crianças e outros elementos vulneráveis, é “incrivelmente cinzento”, relataram a action aid International, a Habitat International Coalition e o People”s Movement for Human Rights Learning.
“Sabemos que os governos e as organizações não-governamentais fizeram um excelente trabalho depois do tsunami ” a rapidez e a escala da resposta salvaram vidas e os surtos epidémicos que se previam foram contidos ” mas não é suficiente”, escreveu o investigados dos direitos humanos das Nações Unidas (ONU), Miloon Kothari, na introdução ao relatório.
Cerca de 14 mil milhões de dólares foram prometidos por dadores de todo o mundo para reconstruir as vastas áreas afectadas pelo desastre, que obrigou dois milhões de pessoas a abandonar as suas casas, privou 1,5 milhões de pessoas do seu ganha-pão e destruiu 400 mil casas em 13 países da Ásia e da África.
No entanto, centenas de milhar de sobreviventes ainda vivem em condições abrigos provisórios, sem cuidados de saúde ou outros serviços básicos, pode ler-se no relatório. a investigação foi baseada em visitas a mais de 50 mil pessoas em 95 aldeias e zonas urbanas na Indonésia, Tailândia, Sri Lanka, Maldivas e Índia em Novembro de 2005.
“Milhares de crianças ainda não puderam voltar à escola, as mulheres não se sentem seguras, o ganha-pão das pessoas não foi restaurado e estas ainda vivem na incerteza quanto ao futuro”, continua o relatório.
O relatório frisa que a discriminação na distribuição da ajuda, o realojamento forçado, a apropriação de terras por parte do governo, as detenções arbitrárias, o abuso sexual e a violência baseada no género são abusos a que os sobreviventes estiveram sujeitos.
“Só através da cooperação nacional e internacional baseada nos princípios dos direitos humanos é que um povo desenraizado e em risco, devido a desastres naturais, pode ser efectivamente protegido”, conclui o relatório.