Há 14 anos que se não registava uma quantidade tão grande de assassinatos relacionados com a luta pela posse de terra ou pelo uso da água em território brasileiro, segundo a Comissão Pastoral da Terra
Há 14 anos que se não registava uma quantidade tão grande de assassinatos relacionados com a luta pela posse de terra ou pelo uso da água em território brasileiro, segundo a Comissão Pastoral da Terra O mais recente relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revela que o ano passado foram assassinadas no Brasil pelo menos 71 pessoas, devido a conflitos relacionados com a posse de terra ou uso da água. Estes números fazem de 2017 o ano com maior número de mortes no campo dos últimos 14 anos. De acordo com o documento, aumentou também a violência generalizada. as tentativas de assassinato subiram 63 por cento e as ameaças de morte 13 por cento. O ano passado foi também o período com maior número de conflitos por causa da água, desde que começaram a ser feitos registos deste tipo de conflitos, em 2002. Para andré Witte, bispo de Ruy Barbosa e presidente da CPT, o crescente número de assassinatos assenta em duas causas principais: o aumento da mentalidade de ódio e de incompreensão e a impunidade. São realmente poucos os processos em que os réus são condenados, sublinhou o prelado, citando como exemplo a recente libertação do assassino da irmã Dorothy Stang.