Uma agência humanitária tamil denunciou o desaparecimento de dois grupos de trabalhadores na parte oriental do Sri Lanka. Cinco dos seus trabalhadores foram alegadamente raptados na segunda-feira.
Uma agência humanitária tamil denunciou o desaparecimento de dois grupos de trabalhadores na parte oriental do Sri Lanka. Cinco dos seus trabalhadores foram alegadamente raptados na segunda-feira. Os desaparecidos trabalhavam com a Organização de Reabilitação Tamil (ORT), um grupo com fortes ligações aos grupo de rebeldes tamil conhecido como Tigers. Na terça-feira os rebeldes disseram que os raptos dificultam a sua participação nas conversações de paz previstas para o próximo mês. “Se os civiles tamil ou membros de organizações humanitárias estão a ser raptados ou mortos, torna-se muito difícil irmos a Genebra. Vamos esperar e ver”, disse Puleedevan, um oficial dos rebeldes.
O recente aumento da violência faz temer o regresso à guerra.
Na segunda-feira, a ORT disse que cinco dos seus membros foram raptados por paramilitares em Welikanda, a 150 quilómetros da capital, Colombo. Mas o governo do Sri Lanka diz não ter conhecimento do incidente e que vai investigar.
Os rebeldes apontaram para a possibilidade de que uma facção do seu grupo, alegadamente apoiada pelo governo, seja responsável pelos raptos. Porém, no mesmo dia, a facção liderada pelo comandante Karuna disse oferecer um cessar-fogo unilateral aos Tigers antes das conversações de paz.
Os dadores internacionais e os observadores do processo de paz advertiram que o cessar-fogo está à beira do colapso, devido ao recente surto de violência. Pelo menos 120 pessoas, incluindo uns 80 militares e civis, morreram nos episódios de violência que ocorreram desde Dezembro. Os ataques contra os militares são apontados aos rebeldes, mas estes negam qualquer envolvimento.
Os apoiantes dos Tigers dizem que mais de 40 tamil foram mortos pelas forças de segurança nos últimos dois meses. Outros culpam os rebeldes ou outros grupos armados. Mais de 60 mil pessoas perderam a vida durante os 20 anos de conflito no Sri Lanka.