Estudo sobre igualdade de género a nível europeu revela que apesar de terem mais habilitações académicas, as mulheres ganham menos que os homens em todos os países da Europa
Estudo sobre igualdade de género a nível europeu revela que apesar de terem mais habilitações académicas, as mulheres ganham menos que os homens em todos os países da Europa as mulheres têm salários inferiores aos dos homens em todas das profissões, em todos os países da Europa, desigualdade que se prolonga pela vida fora, com saídas precoces do mercado de trabalho, pensões baixas e maior risco de pobreza, segundo um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, divulgado esta segunda-feira, 28 de maio. Em todos os países da Europa e em todas as profissões, as mulheres ganham menos do que os homens, disse à agência Lusa a coordenadora do Centro Interdisciplinar de Estudos de Igualdade de Género da Universidade de Lisboa e do estudo, anália Torres. Segundo a investigadora, uma das constatações que chocou perceber foi que apesar de as mulheres serem, em média, mais escolarizadas do que os homens, entram no mercado de trabalho em desvantagem, ganhando salários mais baixos e com empregos mais precários, um fenómeno que em Portugal é bastante acentuado. a jornada de trabalho das mulheres é pesadíssima, com elas a acumularem horas do emprego com as horas de trabalho doméstico ou de assistência à família, sendo as mães portuguesas as que mais trabalham na Europa, sublinhou anália Torres, acrescentando que os homens e as mulheres portuguesas são dos mais mal pagos no contexto europeu, sendo as mulheres especialmente atingidas pelos salários baixos. Em relação à disparidade salarial, Portugal apresenta um valor inferior à média da União Europeia a 27, já que as mulheres portuguesas ganham menos 11,2 euros/hora do que os homens, quando a média europeia é de 17,4 euros. a maior disparidade salarial regista-se entre os representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores, gestores e executivos (586 euros), seguindo-se os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (364 euros) e os operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (353 euros).