Madeireiros aproveitavam época das chuvas para destruir as matas, pois sabiam que os satélites não conseguiam detetar as alterações no solo. O novo sistema permite a monitorização, mesmo com o tempo chuvoso ou nubladoMadeireiros aproveitavam época das chuvas para destruir as matas, pois sabiam que os satélites não conseguiam detetar as alterações no solo. O novo sistema permite a monitorização, mesmo com o tempo chuvoso ou nubladoUma nova tecnologia desenvolvida pelo Instituto Socioambiental (ISa) permite acompanhar em tempo real as alterações no solo na Bacia do Xingu, no Brasil, e detetar a destruição da floresta mesmo com nuvens e debaixo de chuva. O sistema já possibilitou verificar que em abril mais de 12 mil hectares de selva foram desmatados, ou seja, o dobro do mês anterior. a pressão no Xingu está a crescer com a construção de empreendimentos, abertura de áreas para lavoura de grãos, intensificação da grilagem, roubo de madeira e mineração ilegal. Tomar uma medida para conseguir monitorizar isso era urgente, explicou Juan Doblas, assessor do IS a e especialista em geoprocessamento. Durante boa parte do ano, o céu da região amazónica do Xingu fica coberto de nuvens. E as intensas chuvas de inverno, que vai de setembro a maio, impedem que os satélites monitorizem as alterações no solo, o que vinha sendo aproveitado pelos desmatadores para destruírem a floresta. agora, com a utilização do sistema de indicação por radar (Sirad X), é possível fazer o controlo durante todo o ano, sem ser necessário esperar semanas pelo processamento das imagens de satélite. Estávamos sempre a trabalhar com o facto consumado. Quando a fiscalização chegava à região, a madeira já tinha ido embora e não havia rasto de nenhuma atividade. a nossa ação era sempre posterior ao dano, sublinhou Rodrigo Balbueno, do Instituto Kabu.