apesar da sua sossegada (?) reforma, o bispo Pedro Casadáliga experimenta “a pobreza biológica” nas limitações inerentes, sem deixar de sonhar e falar da utopia.
apesar da sua sossegada (?) reforma, o bispo Pedro Casadáliga experimenta “a pobreza biológica” nas limitações inerentes, sem deixar de sonhar e falar da utopia. Pedro Casadáliga recusa a sociedade oficial que reduz a vida humana a um mercado ou, no melhor dos casos, se propõe o objectivo, sempre adiado, de reduzir o número de famintos para metade. Fala do tema da terra e sua desertificação que ameaça a vida, onde há mais riqueza, mas também mais injustiças; dos emigrantes a quem lhes é negada a fraternidade, o chão debaixo de seus pés.
Sobre a utopia, acredita nos caminhos actuais em que a humanidade se move; acredita que ela está a fazer uma viragem para a verdade e justiça; acredita num mundo de muita utopia e muito compromisso num planeta desencantado.
O seu amor pela Igreja é enorme e crescente. Pensa nas três prioridades da assembleia Pastoral da sua diocese de São Félix do araguaia, Mato Grosso (Brasil): formação, autonomia e pastoral socio-política. acena à importância da Romaria dos Mártires de 15 e 16 de Julho, com o tema Vidas pelo Reino da Vida; faz menção do 30º aniversário do martírio do Padre João Bosco Penido Burnier. E entre tantas memórias não deixa de destacar a figura do patriarca da causa indígena, Sepé Tiarajú, no 250º aniversário da sua heróica morte, ocorrida nos Sete Povos das Missões, em Santo ângelo (RS).
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Pedro Casaldáliga nasceu em 16 de Fevereirode 1928, em Balsareny, província de Barcelona, região da Catalunha (Espanha). Em 1968, partiu para a amazónia Brasileira, tendo sido nomeado administrador apostólico da prelazia de São Félix do araguaia em 1970. Seguidor da teologia da libertação, adoptou como lema para sua atividade pastoral: Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar. É poeta, autor de várias obras.
Foi alvo de inúmeras ameaças de morte. Por cinco vezes, durante a ditadura militar, foi alvo de processos de expulsão do Brasil, tendo saído em sua defesa o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo arns. Em 2000, foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas. Em 2005, Papa João Paulo II aceitou o pedido de renúncia do governo pastoral de São Félix.