O ensino da mensagem cristã não pode ficar-se pela transmissão de conteúdos e enunciados. é um desafio permanente que exige formação contínua, defende o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
O ensino da mensagem cristã não pode ficar-se pela transmissão de conteúdos e enunciados. é um desafio permanente que exige formação contínua, defende o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
a “boa formação” é aquela que nunca desiste de aprender mais para comunicar. a frase, proferida pelo cardeal patriarca de Lisboa esta segunda-feira, 9 de abril, na abertura da 194a assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em Fátima, é uma das linhas mestras do novo Plano de Formação de Catequistas que está a ser elaborado pela Igreja Católica, e um dos principais temas que irão ser debatidos pelos bispos portugueses nos próximos dias. Depois da Carta Pastoral sobre a catequese publicada há um ano, que centra o ato catequético na apologia do encontro com Cristo, com a Igreja e com a vida em geral, a Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé apontou cinco opções formativas para potenciar a identidade do catequista, discípulo missionário, inserido na comunidade cristã: ter uma abordagem querigmática, mistagógica, fundamentada na Palavra de Deus, eclesial e processada de modo sistemático, orgânico e intregral. Uma formação assim pede a formação contínua dos catequistas, em que o que ensima e o que aprendem caminhem sempre a par. Pode parecer demasiado exigente, mas não o será tanto se corresponder à exigência interior do próprio catequista, interessado, também ele, em aprofundar o conhecimento de Jesus Cristo, como realidade total e totalizante, explicou Manuel Clemente, que é também o presidente da CEP. Com esta reforma do plano formativo, a Igreja pretende adaptar a catequese aos tempos modernos e responder aos desafios que a juventude coloca. Noutros tempos, a fixação nos lugares físicos e mentais onde em geral se nascia e vivia, com grande permanência de mentalidades e costumes, fazia o ato catequético parecer simples e decorrente, da família para a paróquia de cada um. Hoje em dia, a variação quase constante de situações locais e culturais, mediaticamente potenciada, desafia o crente, e em especial os transmissores da mensagem cristã, para o aprofundamento das convições e suas bases, bem como para ganhar linguagem e comunicação eficientes, sublinhou o cardeal patriarca. Na reunião magna do episcopado português, que decorre até quinta-feira, 12 de abril, será ainda analisado um Plano de Comunicação Social da Igreja e preparada a participação no próximo Sínodo dos Bispos, em outubro, um encontro convocado pelo Papa Francisco para debater os jovens, a fé e o discernimento vocacional.