Nos primeiros dois meses do ano, em pleno inverno amazónico, foram destruídos mais de seis mil hectares de floresta na Bacia do Rio Xingu, no Brasil. Os madeireiros aproveitam as fortes chuvas para não serem detetados pelas autoridades Nos primeiros dois meses do ano, em pleno inverno amazónico, foram destruídos mais de seis mil hectares de floresta na Bacia do Rio Xingu, no Brasil. Os madeireiros aproveitam as fortes chuvas para não serem detetados pelas autoridades Mais de seis mil hectares de floresta foram destruídos em dois meses na Bacia do Rio Xingu, no Brasil, para dar lugar à produção agropecuária e ao garimpo ilegal, segundo dados revelados recentemente pelo Instituto Socioambiental (ISa). Cerca de 800 hectares foram abertos dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação ambiental. as áreas afetadas formam o Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental e são consideradas fundamentais para a proteção das florestas e dos territórios tradicionalmente ocupados. Fora desses perímetros, em regiões muito próximas dos limites do Corredor, foram desmatados mais cinco mil hectares. Os números são preocupantes, pois mesmo debaixo de forte chuva, os madeireiros destruíram grandes áreas de selva, nos estados do Pará e Mato Grosso. Os desmatadores sabem que estão a ser monitorizados pelo Ibama e outros órgãos, por isso estão a começar a agir na época de chuvas, quando a monitorização é mais difícil, alertou Juan Doblas, assessor do ISa. Segundo o ambientalista, nos dois primeiros meses do ano foi detetada uma variedade de pequenos polígonos de desmatamento no interior da Terra Indígena Kayapó, o que indica uma expansão dos garimpos de ouro existentes na região. Em janeiro, foram registadas 23 novas áreas abertas, correspondentes a atividades garimpeiras que acontecem ao longo dos cursos hidrográficos. E em fevereiro, mais nove áreas de floresta foram derrubadas, atingindo partes remotas do território Kayapó. a situação está fora do controle. Houve um aumento da exploração em lugares que já estavam estabilizados e abertura de pistas em áreas novas. Houve uma operação do Ibama no ano passado, mas revelou-se pouco eficaz, adiantou, por sua vez, Igor Ferreira, assessor da associação Floresta Protegida (aFP) e membro da Rede de Monitoramento Territorial do Xingu (RMTX).