Organização de defesa dos direitos humanos recolheu testemunhos e imagens que documentam a intensificação da presença militar no estado de Rakhine, em MyanmarOrganização de defesa dos direitos humanos recolheu testemunhos e imagens que documentam a intensificação da presença militar no estado de Rakhine, em MyanmarO que estamos a assistir no estado de Rakhine é uma conquista de terra pelos militares numa escala dramática. Novas bases estão a ser construídas para abrigar as mesmas forças de segurança que cometeram crimes contra os rohingya, afirmou esta segunda-feira, 12 de março, a diretora do departamento de Resposta a Crises da amnistia Internacional (aI), Tirana Hassan. No mais recente relatório sobre a situação em Myanmar, a organização de defesa de direitos humanos acusa as forças militares da ex-Birmânia de estarem a arrasar a região de Rakhine, incendiando vilas e aldeias habitadas pelas comunidades rohingya, forçando-as a fugirem para escaparem da limpeza étnica. De acordo com Tirana Hassan, os militares estão a construir novas estradas, bases militares e outras estruturas nas terras de onde os rohingya se viram forçados a fugir, tornando cada vez mais difícil o regressos dos refugiados. Recorde-se que perto de 700 mil rohingya tiveram que fugir para o vizinho Bangladesh. O êxodo teve início em meados de agosto do ano passado, na sequência de uma operação militar do exército de Myanmar contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya. O país, de maioria budista, não reconhece a cidadania aos rohingya, muçulmanos, e submete-os há décadas a todo o tipo de discriminações.