Viúvas e divorciadas são as mais vulneráveis. Muitas evitam ir aos centros de ajuda humanitária com receio de serem assediadas, revela um relatório das Nações Unidas
Viúvas e divorciadas são as mais vulneráveis. Muitas evitam ir aos centros de ajuda humanitária com receio de serem assediadas, revela um relatório das Nações Unidas Várias mulheres e meninas sírias, deslocadas por causa da guerra, denunciaram recentemente ter sido forçadas a manter relações sexuais em troca de ajuda humanitária, revela uma investigação realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas, que aponta as viúvas, as jovens e as divorciadas como as mais vulneráveis a este tipo de humilhação. No relatório conclusivo, são enumerados casos de mulheres que se casaram com funcionários por um curto período de tempo para cumprir com os serviços sexuais e poderem receber alimentos, e de alguns distribuidores que pediam os números de telefone a mulheres e meninas e levavam os bens a casa para obter algo em troca. O Departamento de Coordenação de assuntos Humanitários das Nações Unidas já veio esclarecer que os relatos recolhidos parecem referir-se a parceiros e não a pessoal da ONU. a organização assume, no entanto, que ninguém que trabalhe com a ONU devia comportar-se assim. E explica que estes casos terão ocorrido em comunidades de difícil acesso, onde a ajuda é distribuída por pessoal local, contratado pelas agências da ONU e outras organizações humanitárias. Segundo uma adolescente da região de Idlib, ouvida pelos autores do relatório, a situação tornou-se de tal forma grave que algumas mulheres não querem ir aos centros de ajuda porque têm medo de ser assediadas e deixaram de receber apoio humanitário para evitar o tratamento provocativo de quem o distribui. O abuso e a exploração das pessoas que precisam de assistência é um ato desprezível e desumano, afirmou o porta-voz do alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR), andrej Mahecic, condenando sem reservas este tipo de atuação por parte dos funcionários ligados às equipas humanitárias.