Investigadores das Nações Unidas documentaram mais de 60 incidentes de violação do direito de expressão. a maioria dos casos esteve relacionada com pessoas que criticaram o governo
Investigadores das Nações Unidas documentaram mais de 60 incidentes de violação do direito de expressão. a maioria dos casos esteve relacionada com pessoas que criticaram o governo a paz duradoura e genuína no Sudão do Sul só pode ser alcançada se houver liberdade de expressão e se todas as vozes forem ouvidas, mesmo as que se manifestam contra o governo, conclui um relatório da Missão da ONU no país (UNMISS, na sigla em inglês), divulgado esta semana. O documento abrange o período entre julho de 2016 e dezembro de 2017, onde os investigadores encontraram mais de 60 incidentes de violação do direito de expressão, que atingiram 102 pessoas. Nos casos documentados estão incluídos dois assassinatos, a detenção arbitrária de 58 pessoas, o despedimento de 16 funcionários, o encerramento ou suspensão de três meios de comunicação e ainda a censura de jornais e bloqueio de sites. É vital que todas as vozes no Sudão do Sul sejam ouvidas para que a paz genuína, inclusiva e duradoura seja alcançada, afirmou o representante especial do secretário-geral da ONU e chefe da UNMISS, David Shearer, lembrando que o relatório deixa uma série de recomendações, como mudanças legislativas, formação de jornalistas e envolvimento das forças de segurança na proteção dos direitos humanos. Já o alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid al Hussein, sublinhou que a liberdade de opinião e expressão não são luxos, mas essenciais para a paz e desenvolvimento e para construir uma sociedade resiliente e participativa. O responsável salientou que o conflito no Sudão do Sul, com as suas violações de direitos humanos generalizadas e abusos cometidos por todas as partes, causou sofrimento a milhões.