O número de centro-africanos obrigados a fugir de casa por causa da violência atingiu os seus níveis mais altos o ano passado, desde que começou a crise no país, em 2013O número de centro-africanos obrigados a fugir de casa por causa da violência atingiu os seus níveis mais altos o ano passado, desde que começou a crise no país, em 2013O deslocamento forçado atingiu um valor recorde o ano passado e obrigou mais de 600 mil pessoas a abandonar as suas casas por causa da violência na República Centro-africana, segundo dados revelados pelo alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR). Este número é superior em 60 por cento ao registado no ano anterior. O número de refugiados centro-africanos em países vizinhos também aumentou em comparação com 2016 e ultrapassou os 540 mil, sendo que cerca de 80 mil se refugiaram no Chade, que vive a maior afluência de deslocados desde 2014. as equipas do aCNUR e as autoridades estão a identificar aldeias de acolhimento mais afastadas da fronteira para realojar os refugiados e proporcionar-lhes alimentos e artigos básicos, como mantas e redes mosquiteiras. Também lhes asseguram assistência médica aos recém-chegados, alguns afetados pela malária, diarreia ou infeções respiratórias. O conflito no noroeste do país também fez deslocar cerca de 65 mil centro-africanos para a cidade de Paoua, que viu assim triplicar a sua população. Os novos deslocados disseram que grupos armados atacaram as suas aldeias, queimaram casas, roubaram alimentos e mataram quem se cruzava no seu caminho, revelou o porta-voz do aCNUR, adrian Edwards. Informações recolhidas pela agência da ONU indicam que umas 15 mil casas terão sido queimadas e mais de 400 pessoas terão sido assassinadas, mas as equipas de assistência humanitária temem que esta quantidade seja maior, já que ainda não é possível aceder aos locais onde as pessoas se estão a esconder para salvarem as suas vidas.