Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais aborda o fenómeno das falsas notícias e alerta para os perigos de informar apenas com a preocupação de ser o primeiro e causar impacto na audiência
Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais aborda o fenómeno das falsas notícias e alerta para os perigos de informar apenas com a preocupação de ser o primeiro e causar impacto na audiência O Papa Francisco desafia os jornalistas a serem os guardiões das notícias, a praticarem um jornalismo de paz, centrado nas pessoas, no rigor e na verdade, na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2018, divulgada esta quarta-feira, 24 de janeiro, pela sala de imprensa da Santa Sé. No meio do frenesim das notícias e na voragem dos furos, [o jornalista] tem o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a audiência, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas, refere o Pontífice. Para Francisco, os jornalistas têm a missão de formar e informar com verdade, pelo que devem estar atentos às chamadas fake news (notícias falsas) que frequentemente se tornam virais e mais não são do que o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração. Educar para a verdade significa ensinar a discernir, a avaliar e ponderar os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós, para não nos encontrarmos despojados do bem “mordendo a isca” em cada tentação, alerta o Papa. a concluir a sua mensagem, Francisco convida os jornalistas a promoverem um jornalismo de paz, ressalvando que esta expressão não deve ser entendida como um apelo ao jornalismo bonzinho, que negue a existência de problemas graves. Pelo contrário. Penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a frases sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na procura das causas reais dos conflitos, escreve o Papa.