Os mais velhos destacam o empenho, o sorriso e a dedicação das mulheres refugiadas, oriundas da Síria e de vários países africanos
Os mais velhos destacam o empenho, o sorriso e a dedicação das mulheres refugiadas, oriundas da Síria e de vários países africanosRita Joy Osazee e Radwa al Nazer, ambas refugiadas, estão a aprender a cuidar de idosos numa casa de repouso húngara. O seu trabalho está a mostrar à sociedade de acolhimento que as pessoas refugiadas podem ser uma grande mais-valia. além disso, enquanto tratam dos mais velhos, as mulheres refugiadas deixam para trás os traumas que as forçaram a deixar as suas casas e ganham novos amigos, que as ajudam a encontrar novos propósitos na vida.

É gratificante trabalhar com pessoas e sinto um forte desejo de cuidar de idosos. Não sei porquê, mas simplesmente amo-os. Faço o café da manhã e dou a comida. Se eles não falam inglês, usamos a linguagem corporal. Quando eles aceitam a comida que oferecemos, significa que eles nos aceitaram, admitiu Rita, de 32 anos, natural da Nigéria.

Igual satisfação invade Radwa, de 29 anos, que deixou a Síria, juntamente com a sua família, devido à guerra. Eu gosto deste trabalho. Requer muita paciência e bondade, e às vezes tenho vontade de chorar quando vejo que fiz um paciente feliz, disse a refugiada, citada pelos serviços de comunicação do alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR).

Rita e Radwa são apenas duas das alunas de um curso de geriatria que está a decorrer na casa de repouso “albert Schweitzer Reformed Elderly Home”, em Budapeste. a formação é ministrada por profissionais ligados à organização não governamental “MigHelp”, que ajuda refugiados e migrantes a conseguirem empregos, através da sua formação. O curso de gerontologia tem um total de 110 horas de aulas teóricas e práticas.

Radwa, que estudou psicologia na Universidade de Damasco, na Síria, já completou 40 horas da formação, o que já lhe deu oportunidade de conhecer os idosos que frequentam a casa de repouso, como Ilona Karpati, de 93 anos. [as pessoas refugiadas] são muito agradáveis, adoráveis e sorridentes, realçou a idosa. Igual sensação tem Gezane Fekete, de 97 anos. Elas estão sempre a circular por aí, a fazer as suas tarefas muito bem. Uma delas ajudou-me até a tomar banho. Ela fê-lo de forma rápida, agradável e sorridente. Só posso dizer coisas boas sobre elas, disse a utente.
Mercy asizu, de 30 anos, oriunda do Uganda, já completou a formação, juntamente com outras mulheres africanas, e está grata pelo trabalho que tem a possibilidade de realizar. Às vezes, os idosos choram. Trabalhar aqui pode ser bastante emocionante, disse a jovem adulta que agora também dá conselhos às mulheres que se encontram em formação.