Especialista em migrações e asilo alega que os menores não acompanhados que chegam aos países da União Europeia não têm proteção adequada. E sugere que os Estados-membros trabalhem mais no reagrupamento familiar
Especialista em migrações e asilo alega que os menores não acompanhados que chegam aos países da União Europeia não têm proteção adequada. E sugere que os Estados-membros trabalhem mais no reagrupamento familiar
O número de menores que chegam à União Europeia de outros países sem nenhum adulto que os acompanhe e que têm necessidade de proteção internacional não parou de crescer nos últimos anos. Só em 2016, pediram asilo mais de 63 mil crianças, mas a resposta que receberam foi profundamente desadequada. a denúncia partiu de Enza Roberta Petrillo, especialista em migrações e asilo, e refere também que estes menores são invisíveis nos dados estatísticos e nas políticas. O perfil social e económico destes menores oferece uma imagem fidedigna da desigualdade no mundo, pois a maioria procede de países frágeis e afetados por conflitos, com sistemas de bem-estar débeis ou inexistentes, e altos níveis de insegurança e subdesenvolvimento, adianta. Para Petrillo, não admira que a maior parte dos jovens nesta situação (68 por cento) tenham entre 16 e 17 anos, porque consideram a migração como a única estratégia para encontrar proteção e poder sustentar as suas famílias. Esta motivação, de resto, fez aumentar os fluxos migratórios entre 2016 e 2017, sendo que 70 por cento dos adolescentes que chegaram pelo Mediterrâneo Central viajaram sozinhos. a União Europeia devia pedir aos Estados-membros que superassem a sua falta de solidariedade e expandissem as vias legais de imigração, começando pelo reagrupamento familiar, disse a especialista, sublinhando o facto de todos os países europeus terem assinado a Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, o que os obriga a procurar o superior interesse da criança, uma situação que, na sua opinião, não está a acontecer no caso dos menores não acompanhados que precisam de asilo.