«Muitas vezes produzimos um manual ou dez livros só para um aluno. Mas o aluno tem direito a ter esse manual», afirma a diretora dos serviços de Educação Especial e Educação Inclusiva
«Muitas vezes produzimos um manual ou dez livros só para um aluno. Mas o aluno tem direito a ter esse manual», afirma a diretora dos serviços de Educação Especial e Educação InclusivaEste ano letivo foram adaptados para o formato em braille 357 manuais escolares dos ensinos básico e secundário e cursos profissionais. Esses manuais correspondem a 7. 140 volumes em braille (cada volume tem entre 100 e 110 páginas), conforme indicou Filomena Pereira, diretora dos serviços de Educação Especial e Educação Inclusiva.

além dos manuais, há ainda adaptações de dicionários, gramáticas e livros de autores como José Saramago, Eça de Queiroz ou Camilo Castelo Branco. Os volumes adaptados destinaram-se a 56 alunos das escolas públicas e privadas de Portugal, segundo dados do Ministério da Educação fornecidos à agência Lusa.

a adaptação é realizada por vários professores, e também por técnicos que fazem a expedição dos livros para as escolas. a revisão é feita por dois professores cegos. Este processo é concretizado no Centro de Produção Braille (CPB), da Direção-Geral da Educação, onde chegam os pedidos das escolas para adaptação e transcrição em braille.

É um trabalho muito moroso, dois volumes demoram uma semana a fazer, mas todos os pedidos são satisfeitos, disse Filomena Pereira. a existência de uma grande diversidade de manuais para cada disciplina também complica o trabalho. Muitas vezes produzimos um manual só para um aluno ou dez livros só para um aluno. Mas o aluno tem direito a ter esse manual, que os pais não podem comprar na livraria, defendeu Filomena Pereira, adiantando que o serviço é suportado pelo Orçamento do Estado.

O CPB faz materiais em formatos acessíveis, dispondo de um serviço de gravação áudio e produzindo manuais em DVD. Os alunos cegos são poucos, mas temos muitos alunos com baixíssima visão que precisam de receber formação em braille, algo que tem vindo a aumentar, disse Filomena Pereira, em declarações à agência Lusa.

Para aumentar a produção de manuais em braille, a Direção-Geral da Educação contratualizou com a associação dos Cegos e amblíopes de Portugal (aCaPO) a produção de 42 manuais em braille, o que corresponde aproximadamente a 830 volumes, para os anos letivos de 2017/18 e 2018/19. O Dia Mundial do Braille foi assinalado na última quinta-feira, 4 de janeiro.