Hlamalani Ngwenya contactou com a agricultura em criança, quando distribuí­a alimentos com o pai nos campos de refugiados de moçambicanos, na África do Sul. Nunca mais largou a “terra” e hoje corre mundo a incentivar os jovens a apostarem no setor agrário
Hlamalani Ngwenya contactou com a agricultura em criança, quando distribuí­a alimentos com o pai nos campos de refugiados de moçambicanos, na África do Sul. Nunca mais largou a “terra” e hoje corre mundo a incentivar os jovens a apostarem no setor agrárioNum mundo em que a média de idade das pessoas que trabalham no campo ronda os 60 anos, há uma mulher sul-africana que procura inverter a ideia de que a agricultura não é atrativa para os jovens, e “salta’ de país em país, de conferência em conferência, a tentar convencer os mais novos que o setor agrário tem muito para oferecer, desde que cada um encontre o seu nicho de mercado. Tenho uma enorme paixão por mostrar aos jovens as diferentes formas em que podem fazer parte do setor agrícola. Quando falo com estudantes, a grande maioria diz que não gostava de trabalhar no campo. Temos feito muitas investigações em diversos países africanos para perceber os motivos, e concluímos que muitas associam isso à pobreza. Por isso, o que procuro transmitir-lhes é que a agricultura é perfeita, afirmou recentemente Hlamalani Ngwenya, em mais uma das suas intervenções, desta vez em Bruxelas, na Bélgica. Ngwenya, mais conhecida como Hlami, nasceu na África do Sul e, em pequena, começou a acompanhar o pai aos campos de refugiados moçambicanos, para lhes levar alimentos. Deste contacto com os desfavorecidos e com a agricultura nasceu a sua grande paixão. Hoje, trabalha como consultora internacional de desenvolvimento rural, é empreendedora social e especialista em atrair jovens e mulheres para o setor agrícola. Precisamos tornar mais acessível o espaço agrícola e promover o setor muito para além da sua imagem estereotipada. apesar de para muitos a agricultura significar produzir nos campos ou trabalhar em pequenas porções de terra, também existem outras funções para apoiar o setor. Por este caminho, vamos atrair o interesse de pessoas que não se imaginam a trabalhar dentro da agricultura, defendeu a consultora, que se define como uma apaixonada pelo trabalho comunitário. Ngwenya começou a carreira profissional como professora. Mais tarde especializou-se em nutrição. Em 1998 foi convidada a dar aulas numa escola agrícola e ligou-se definitivamente ao setor. a partir de 2001, passou a usar a sua experiência profissional para promover ações de integração na agricultura.