Papa pede ao povo de Myanmar (ex-Birmânia) que resista à tentação de se vingar pela dor sofrida, numa alusão às décadas de conflito entre minorias étnicas e as forças militares

Papa pede ao povo de Myanmar (ex-Birmânia) que resista à tentação de se vingar pela dor sofrida, numa alusão às décadas de conflito entre minorias étnicas e as forças militares
Mais de 150 mil pessoas concentraram-se esta quarta-feira, 29 de novembro, no parque de Kyaikkasan, em Rangum, Myanmar, para assistirem à primeira Missa pública do Papa Francisco e ouvirem o Pontífice transmitir-lhes uma mensagem de perdão e pedir-lhes que resistam à tentação de vingança, apesar do sofrimento das últimas décadas, sobretudo para os grupos étnicos. Eu sei que muitos ainda suportam as feridas da violência, tanto visíveis como invisíveis, afirmou o Papa, sublinhando que apesar de haver a tentação de responder com vingança, deve existir perdão e compaixão. O caminho da vingança não é o caminho de Jesus, acrescentou, a partir de um altar erigido num palco de estilo tradicional budista. Francisco explicou que o objetivo da sua visita ao país é servir a sua comunidade católica, estimada em cerca de 660 mil pessoas, ou pouco mais de um por cento da população de 52 milhões de habitantes. Contudo, um dos assuntos que tem dominado a visita é a situação da minoria rohingya, obrigada a fugir do estado de Rakine, por causa da violência.