Mais de 80 por cento da população guatemalteca vive na pobreza extrema e 20 por cento é analfabeta, segundo um relatório do alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
Mais de 80 por cento da população guatemalteca vive na pobreza extrema e 20 por cento é analfabeta, segundo um relatório do alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos HumanosCinco anos depois da visita à Guatemala da anterior comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, o país continua com profundas brechas sociais, com 83 por cento da população em situação de pobreza extrema e 20 por cento sem saber ler nem escrever, revela o atual comissário, Zeid al Hussein, depois de uma visita de dois dias ao país. Uma pequena minoria, que concentra o poder económico e político, vive numa Guatemala moderna e funcional. Mas a grande maioria da população, em particular as mulheres, os indígenas, afrodescendentes, migrantes e pessoas com deficiências, sofrem não só de pobreza, mas também de discriminação, com a corrupção e as violações de direitos humanos, afirmou o responsável. Segundo Zeid al Hussein, 46,5 por cento das crianças sofrem de desnutrição crónica, o que afeta não só a sua saúde, como também as oportunidades de vida. O setor da saúde, que só recebe 3,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), não tem capacidade para prestar um serviço de qualidade, sendo os mais vulneráveis os mais afetados. Neste contexto, o comissário da ONU exorta o Estado a trabalhar para acabar com a discriminação e fazer com que a igualdade seja uma realidade para todas as pessoas.