Dos quase quatro milhões de deslocados internos na República Democrática do Congo, mais de meio milhão encontra-se nas províncias de Tanganica, dos Kivus e de Kasai. Muitos carecem de alimentação, água e alojamento condigno

Dos quase quatro milhões de deslocados internos na República Democrática do Congo, mais de meio milhão encontra-se nas províncias de Tanganica, dos Kivus e de Kasai. Muitos carecem de alimentação, água e alojamento condigno
Nos últimos dois anos, o número de deslocados internos na República Democrática do Congo (RDC) duplicou e atingiu os 3,9 milhões, segundo informações do alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR). Só nas províncias de Tanganica, dos Kivus e de Kasai estão concentradas mais de meio milhão de pessoas deslocadas. Tememos que o deslocamento forçado continue a crescer no país, devido às atividades das milícias e à violência causada por conflitos étnicos e políticos, afirmou o porta-voz do aCNUR, adrian Edwards, sublinhando o risco importante para a saúde que representa o fluxo massivo de pessoas em fuga. Mais de 700 mil pessoas que tinham fugido da violência em Kasai em 2016 já regressaram às suas terras, mas muitas encontraram as suas casas em ruínas e os seus familiares mortos ou desaparecidos. O aCNUR está a promover ações de proteção, distribuindo artigos de primeira necessidade. No entanto, o Programa alimentar Mundial (PaM) atribuiu à região o nível mais alto de emergência. Em algumas das comunidades mais afetadas, nove em cada 10 pessoas sofrem de fome e uma em cada duas de forma muito severa, alerta Bettina Luescher, porta-voz do PaM.