Fenómeno dos «chupa-sangue» já causou vários mortos e dezenas de feridos na diocese de Gurúí¨, em Moçambique. Bispo pede calma e ponderação aos fiéis para travar onda de violência
Fenómeno dos «chupa-sangue» já causou vários mortos e dezenas de feridos na diocese de Gurúí¨, em Moçambique. Bispo pede calma e ponderação aos fiéis para travar onda de violênciaO bispo da diocese moçambicana de Gurúé, Francisco Lerma, emitiu um comunicado a manifestar solidariedade para com as vítimas da onda de violência gerada pelo fenómeno dos chupa-sangue e a pedir à comunidade cristã que não se deixe levar por boatos. Uno a minha voz à de todas as pessoas de boa vontade e a todos os meus irmãos na fé, para juntos denunciarmos o uso de qualquer tipo de violência seja qual for o fim que se queira atingir. O fim não justifica os meios, afirma o prelado, lamentando os trágicos acontecimentos no distrito de Gilé, em que morreram pelo menos quatro pessoas e várias infraestruturas públicas foram destruídas. a região tem sido assolada por uma onda de violência, por causa do mito dos chupa-sangue, uma figura que a população acredita ser real e que será corporizada por indivíduos que, durante a noite, lhes retiram o sangue com instrumentos especiais. Por causa disso, no passado fim de semana, por exemplo, os habitantes de uma povoação vandalizaram a casa de um líder comunitário e atacaram uma equipa de pulverização anti-malária. O trágico fenómeno chamado “chupa-sangue” carece de fundamento real e aproveita-se de uma falsa interpretação pseudo-cultural com finalidades múltiplas de roubo e de confusão social no meio da população, com objetivos adversos à convivência, à tolerância e ao bom entendimento pacífico da comunidade, alerta Francisco Lerma. Por fim, o bispo apela ao coração das comunidades católicas e a toda à sociedade para que não se deixem enganar pelos falsos profetas que hoje aparecem no nosso meio e que só criam confusão, destruição de bens, sofrimento e morte de pessoas, e confiem nos que detêm o sagrado dever de vigiar e defender o bem comum.